Ao mesmo tempo em que o Brasil parece ter fnalmente superado alguns dos contrangimentos que limitaram por duas décadas a sua capacidade de crescimento, novos "gargalos" já se apresentam a ameaçar a possibilidade de aumento contínuo do PIB do país.
Um dos mais imediatos se refere à escassez de mão de obra qualificada - e sua solução não parece ser simples nem rápida.Já há sinais de falta de engenheiros, por exemplo , até mesmo para coordenar e executar obras em andamento no país.Não se trata de fenômeno provocado por índices de crescimento "chinês", mas , sim , pela incapacidade das universidades brasileiras de formar um número suficiente de profissionais habilitados.
Em artigo publicado ontem na Folha, o ex-reitor da USP Roberto Leal Lobo citou dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) para mostrar que , enquanto no Japão e na Coreia do Sul os engenherios correspondem a 19% e 25% respectivamente , do total de graduados no ensino superior, seu total não passa de 5% no Brasil.
O vice-diretor da Escola Politécna da Universidade de São Paulo, José Roberto Cardoso , responsabiliza o baixo crescimento econômico das décadas de 80 e 90 pela fraca procura por cursos para engenheiros .Formam-se anualmente cerca de 30mil profissionais no Brasil , e já há demanda para 50 mil ao ano, diz Cardoso.
Se quiser manter taxas de crescimento vigorosas e estáveis , é imperativo que o país impulsione,desde já , a graduação maciça desses profissionais.Governos podem investir na ampliação do número de vagas nas faculdades existentes, utilizando , por exemplo , ferramentas como o Prouni.Mas as grandes empresas , diretamente interessadas no assunto, deveriam tomar parte decisiva nesse esforço de formação de mão de obra especializada.
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